
Um gesto histórico ocorreu hoje, na Câmara de Vereadores, quando, em sessão extraordinária, vetos vindos do Executivo foram derrubados de forma unânime. Para uma bancada formada por 6 vereadores do governo em situação, foi no mínimo curioso.
Nas galerias lotadas da Câmara de Vereadores, se faziam presentes funcionários públicos ansiosos pela posição dos vereadores que há cerca de 20 dias lutam para que o vale-alimentação seja reajustado para R$ 5 e onde vereadores vêm segurando o aumento de salários dos políticos.
Divaldo Lara, autor da emenda do vale alimentação que teve os outros vereadores como co-autores, trata o dia de hoje como um grande feito em benefício dos trabalhadores.
“Essa é uma conquista de todo funcionalismo público municipal e dos representantes desse funcionalismo que foram ferrenhos para que isso ocorresse”, comemora Divaldo Lara na tribuna, citando os nomes destes durante sua fala.
O vereador também foi o primeiro a trazer a discussão sobre o aumento do salário dos políticos à pauta e fazer o levantamento dos valores que serão economizados, não permitindo esse reajuste que beneficiaria o prefeito, vice-prefeito, chefe de gabinete do prefeito, diretor do DAEB, procurador do município, secretários e dos 11 vereadores. A economia ultrapassa a casa de 242 mil em um ano.
O projeto de aumento dos políticos também foi vetado hoje na Câmara .“Sigo o exemplo do meu irmão Lara que, enquanto vereador, conseguiu a redução no salário dos governantes em prol de benefícios para a cidade”, completa o vereador.
Divaldo também critica o fato de algumas votações - como a do vale alimentação - ser secreta e disse estar entrando, em conjunto com a Vereadora Adriana Lara, com um projeto de resolução para que todas as votações da casa sejam públicas. “Em tempos de portal da transparência, TV Câmara é inadmissível que os vereadores não mostrem suas posições de forma aberta”, completa o vereador.
O vereador, único aplaudido, apesar da Câmara de Vereadores não permitir manifestações públicas durante a sessão, continua a apresentar números que mostram que um assalariado precisa trabalhar quase 15 dias para poder pagar o valor de uma cesta básica para 4 pessoas, cuja porção de carne limita-se a 6,5 kg para o mês inteiro. Além destes dados, ainda mostrou que a defasagem nos salários dos servidores públicos é de 260% no período de 2001 a 2010 com relação ao salário mínimo. Com isso ressaltou que a prioridade atual é destes trabalhadores e seus dependentes, em uma sessão que mostrou que a voz do povo tem vez, pelo menos na Câmara de Vereadores.