Respostas evasivas da Secretaria de Saúde não convencem os presentes na sessão.

As últimas sessões ordinárias realizadas na Câmara de Vereadores vem tendo plenário lotado pelos funcionários da saúde, na expectativa, a cada sessão, pela presença da secretária da pasta, Luiza Valéria Rodrigues. Após alguns convites cordiais e informais, o Vereador Divaldo Lara precisou utilizar da lei para, desta vez, convocar a secretária, que se fez presente na sessão do dia 24/10.

A pauta de assuntos, todas relacionadas à saúde, era diversificada e estendeu a sessão para 4 horas de duração. O vereador Divaldo Lara, proponente da sessão especial,questionou a secretária que foi à Câmara acompanhada pelo auditor jurídico do município Sérgio Kaé e pelo vice-prefeito,Carlos Alberto Fico. Entre os questionamentos estavam os relatos de perseguição a funcionários, com apresentação de um vídeo que mostra a população e funcionários do posto de saúde do Bairro Floresta realizando um panelaço em protesto ao afastamento da coordenadora do posto, Maria Regina Cáceres Goulart. “Houve motivação política para o afastamento da funcionaria?” e "Por que somente o Governo tem interesse em afastar a coordenadora, já que funcionários e a população do bairro estão satisfeitos?", foram algumas questões do vereador.

Divaldo também mostrou durante a sessão reportagens de jornais locais onde a secretária diz “ter motivos para comemorar os investimentos em saúde de Bagé”. Como relatório contendo ranking dos municípios e seus investimentos em saúde,extraído do Tribunal de Contas do Estado, o vereador mostra que Bagé está em442º., dos 496 municipios relacionados e diz que Bagé investe apenas o valormínimo exigido por lei, 15%.

Em retrospecto ao mandato da secretária, o vereador ainda lembrou do hemocentro que não foi construído, fazendo com que Bagé perdesse umaverba de R$ 600 mil reais. “E ainda tem despesas para transportar e a perda dequalidade no sangue coletado aqui para Pelotas”, como complementa a Vereadora Aura Stella.

Cerca de 90 minutos foram utilizados apenas pelosquestionamentos do vereador Divaldo Lara, que ainda perguntou sobre o tomógrafo parado no Hospital Universitário (um investimento de quase meio milhão dereais), causando transtorno aos pacientes hospitalizados que necessitam serlevados à Santa Casa para realizar o exame. Ainda lembra que com o investimento que a prefeitura utiliza em compras de exames da Santa Casa, poderia construira sala e assim, solucionar definitivamente o problema. “Se não há obrigatoriedade por parte da prefeitura em construir a sala, há obrigatoriedade moral em não gastar o dinheiro público arbitrariamente. É questão de bom senso”,defende o vereador.

O último assunto abordado foi o dissídio, reivindicado pela categoria dos agentes de saúde, que recebem apenas o salário mínimo nacional(545,00). Em sessão anterior (20/10), o vereador Rubem Salazar garantiu o pagamento do dissídio aos presentes na Câmara, entretanto, a secretária de saúde voltou a não garantir o pagamento. A resposta foi a repetição de uma mesma frase (“estamos trabalhando para isso”) após ser questionada por diversas vezes pelo vereador sobre a previsão de data para este pagamento.

“Precisaríamos de muito mais tempo para discutir todos os assuntos, pois trata-se de uma pasta que recebe diariamente reclamações na imprensa e nos gabinetes dos vereadores. Trata-se da vida, da saúde das pessoase esse tema não pode ser tratado pelo governo atual com tamanho descaso e com respostas evasivas. Os fatos apresentados nos jornais, nos relatórios do Tribunal de Contas do Estado e das reclamações das pessoas diariamente, provam que nada temos a “comemorar”, finaliza o vereador.