A tribuna Democrática da Câmara - cada vez mais democrática -

Divaldo Lara – presidente da Câmara Municipal

No ano passado, abrimos a Tribuna da Câmara de Vereadores para todos, entidades e cidadão comum. Toda a pessoa desta terra que teve algo para reivindicar, reclamar, protestar, sugerir, exigir ou elogiar pode ser ouvido pelas autoridades nas três esferas de poder: Legislativo, Executivo e Judiciário. Os microfones da tribuna e a TV Câmara registraram dezenas de manifestações. E eu, em particular, fui apanhado de surpresa por alguns desabafos e não contive a emoção, principalmente por serem palavras verdadeiras, ditas de coração e de muita vivência.

Ter o poder de se fazer ouvir, arrancando coragem do fundo da alma, posicionar-se em frente a um microfone, a maioria pela primeira vez, e falar o que sente e vive merece o máximo de respeito de todos, mais ainda da Câmara, da Prefeitura e dos representantes do Governo do Estado em nossa cidade, além dos integrantes do Poder judiciário, sempre de olhos e ouvidos atentos aos acontecimentos do Legislativo Municipal.

Em muitas oportunidades, tivemos a felicidade de ter a voz de segmentos inteiros, como a reivindicação da comunidade de São Domingos em defesa da Pré Escola Mário Olivé Suñe;  o Grupo Doce Prazer de Viver, lutando pela continuidade do atendimento voluntário às vítimas de acidentes vasculares; as religiões de matriz africana em protesto ao projeto da deputada Regina Fortunati, que proibia a utilização de animais em cultos, entre tantos outros que merecem mais que uma coluna aqui no jornal Minuano.

Entidades e cidadãos dos mais diversos segmentos e interesses estiveram soltando a sua voz na Câmara. Puderam, assim, obter resultados para as suas reivindicações, na maioria das vezes resultado positivo. Entretanto, mesmo quando não houve a possibilidade de resolver o problema, este recebeu importância e sua existência passou a ser de conhecimento geral. Ou seja, não houve omissão.  Nenhum vereador ou vereadora se escondeu ou disfarçou que nada tinha a ver com o problema. Pelo contrário, e isso muitas vezes prejudica os parlamentares aliados da Prefeitura, porque a maioria das manifestações é dirigida ao Executivo. E se o prefeito não resolve, a base aliada tem que fazer a mea culpa.

É preciso que se registre que com dignidade e coragem tem se comportado a maior parte dos vereadores do governo. Afinal, não é fácil sofrer as críticas que têm sofrido da Tribuna Democrático e, mesmo assim, permanece ali, em frente ao manifestante, ouvindo-o até o fim.
Mas, este artigo é para dizer do orgulho de ter transformado a tribuna em lugar de ampla democracia na cidade de Bagé. Servidores da Segurança Pública do Estado ameaçados em seus salários, municipários de ganhos vergonhosos, famílias que tomaram água suja e os iludidos da casa própria, entre tantos, entenderam a importância de ter um espaço que mantivemos e ampliamos na Câmara. Nada podia ser mais democrático e tenho orgulho de registrar este meu sentimento para a população de Bagé.
Em 2016, conte com a Tribuna Democrática. Mesmo que as vezes o governo considere restringir a democracia, principalmente nos momentos de crítica, nós pensamos que quanto mais ampla, melhor.
Um abraço a todos. E conte comigo.