O Festival de Cinema e Edy Lima

O que é bom para Bagé e região deve ser mantido e melhorado com o apoio adequado. Assim, a atual gestão municipal tem o orgulho de ter contribuído para que a nossa Rainha da Fronteira tenha se tornado nos últimos cinco dias a cidade do cinema com a realização do 9º Festival Internacional de Cinema da Fronteira. Há nove anos o evento acontece por iniciativa da Associação Pró Santa Thereza, a astúcia de Zeca Brito e seus amigos. Grande mérito. É verdade que com altos e baixos devido às condições financeiras, mas a organização, união e amor à arte do cinema torna o festival prestigiado por artistas e técnicos reconhecidos no Brasil e no exterior. Há uma interação comovente entre aqueles que fazem o evento acontecer e os convidados. Isso, por si, justifica a exibição de filmes inovadores, o debate, as oficinas, a participação em aulas especiais nas universidades e os passeios culturais por Bagé. Justifica motivar fazer cinema. Justifica a cidade se mostrar para tantos olhares especiais e talentosos.
Há dois anos, como presidente da Câmara de Vereadores, alertei que era necessário uma atenção maior ao evento, Bagé devia acolher com mais carinho e aporte financeiro o festival. Observei seu potencial. Tanto que sugeri uma rubrica especial no Orçamento para o evento. Pena que não se concretizou.
Agora, como prefeito, tenho orgulho de ver o Departamento de Água, Arroios e Esgoto (DAEB) abraçando o cinema, tornando possível a realização do festival. Afinal, não estamos mostrando filmes e pronto. Trata-se de algo mais, é a cultura de um povo que se mostra e se revitaliza; é a comunhão da arte que ancora em nossa cidade para que o Rio Grande, o Brasil e o mundo saibam que aqui existe a força de uma comunidade que se faz maior por suas convicções de tradição e contemporaneidade.
Parabéns aos vencedores nas competições de longas e curtas metragens e aos cineastas que receberam menções honrosas.
Em especial, nesta edição, Bagé reconheceu o talento e o trabalho de uma mulher de 93 anos, nascida nesta terra e que conquistou o Brasil: Edy Lima. A autoria do livro A Vaca Voadora, da peça teatral A Farsa da Esposa Perfeita e da novela Como Salvar seu Casamento, impossibilitada de viajar até nós gravou um depoimento emocionante, em que com muito carinho mostrou a sua alegria por ser lembrada por seus conterrâneos, anunciando: “Sai de Bagé, mas Bagé jamais saiu de dentro de mim”. Edy declarou que suas histórias contém as memórias da terra.
Senti-me feliz por essa homenagem ter trazido Edy Lima de volta ao seu chão. E feliz, também, por saber que sua peça mais famosa se tornará um filme longa metragem.  

Compreender, apoiar e fomentar o que pode desenvolver Bagé são princípios que norteiam o nosso governo. E que em 2018 a festa do cinema seja melhor ainda.